domingo, 26 de outubro de 2008

A presença do audiovisual na formação de História

Por que refletir sobre este tema?

Muito se tem discutido acerca da inserção de recursos tecnológicos no ambiente escolar, fato justificável pela sua forte presença no nosso cotidiano, tornando-se necessário o uso destes recursos pela escola, trazendo mudanças significativas para a educação, aproximando-a do contexto global. Tais recursos podem favorecer o aprendizado, a construção dos processos cognitivos, apreensões e percepções do mundo, vindo dessa forma incentivar o ensino e promover a aprendizagem tanto de alunos como de professores.

Segundo Stahl (1997) os sistemas educacionais podem ser potencialmente afetados pelas tecnologias, assim como o processo de ensino-aprendizagem, as habilidades de pensamento e os papéis de professores e alunos. Embora a tecnologia seja um elemento bastante expressivo da cultura atual, ela precisa ser devidamente compreendida em termos das implicações do seu uso no processo de ensino e aprendizagem. Esta compreensão é que permite ao professor integrá-la à prática pedagógica, sabendo que ela não resolve todos os problemas da educação, uma vez que a sua inclusão não significa necessariamente mudança. Apenas incluir a tecnologia na escola não significa que haverá aprendizagem. É a mediação pedagógica do professor que efetiva a construção do conhecimento, com o uso da tecnologia, ou não.

Diante de uma realidade tão complexa, esta pesquisa, inserida na moderna sociedade tecnológica, propôs-se o desenvolvimento de um estudo sobre o uso da televisão e do vídeo em cursos de formação de professores de História, ou seja, investigar se os professores desses cursos oferecem aos seus alunos, futuros professores, oportunidade de alfabetização tecnológica (Sampaio e Leite, 2003) em relação à televisão e ao vídeo.

Para atingir este objetivo, buscamos responder as seguintes questões de estudo:

1- Qual o papel pedagógico da TV e do vídeo na sociedade atual?

2- Como se dá o processo de alfabetização tecnológica do professor quanto à TV e vídeo em cursos de formação de professores?

3- Como os professores desses cursos utilizam a TV e o vídeo nas suas práticas pedagógicas?

4- Como os alunos desses cursos (futuros professores) percebem o seu processo de alfabetização tecnológica em relação à televisão e ao vídeo?

Pelo que foi exposto, na sociedade atual, torna-se necessário refletir sobre o domínio das tecnologias e seus usos na escola como integrantes da formação inicial do professor, garantindo uma base de conhecimentos para a sua atuação na sala de aula. Mais uma vez a televisão e o vídeo podem apresentar uma possibilidade pedagógica relevante neste contexto.

A formação do professor para o uso das novas tecnologias

Os professores precisam atuar sobre as gerações que se formam de maneira significativa e crítica. Para que tal fato se concretize Belloni (1998) aponta para as seguintes necessidades: em primeiro lugar redefinir o papel do educador, a complexidade de suas tarefas exige uma formação inicial e continuada totalmente nova. Como formar o professor que a escola atual exige? A redefinição do papel do professor relaciona-se diretamente com a sua formação. Em segundo lugar encontra-se a comunicação, que é o meio através do qual os seres humanos constroem o seu saber, principalmente a sua cultura.

A autora chama a atenção para a necessidade de reflexões sobre a inter-relação da educação com a comunicação, e que se complexificam com a entrada das tecnologias.
Para que o uso da tecnologia se concretize na escola se faz necessário uma alfabetização tecnológica. Da leitura de Sampaio e Leite (2003) emerge um conceito de alfabetização tecnológica que é dinâmico, capaz de acompanhar o ritmo do desenvolvimento tecnológico e a mutabilidade do mundo em que vivemos. Segundo as autoras este uso envolve o domínio contínuo e crescente das tecnologias que estão na escola e na sociedade, mediante o relacionamento crítico com elas. Este domínio se traduz em uma percepção do papel das tecnologias na organização do mundo atual – no que se refere aos aspectos locais e globais - e na capacidade do/a professor/a em lidar com essas diversas tecnologias, interpretando sua linguagem e criando novas formas de expressão, além de distinguir como, quando e por que são importantes e devem ser utilizadas no processo educativo (p.100).
Num contexto mais amplo, esta alfabetização já faz parte da educação geral do indivíduo e a escola intervém formando o sujeito reflexivo, capaz de avaliar a validade ou não da tecnologia; envolve o aproveitamento das novas habilidades mentais desenvolvidas pelas crianças através de uma abordagem multimídica, cuja linguagem ao ser incorporada possibilita que a escola diminua a distância entre ela e os jovens; indica que há necessidade de trabalhar criticamente as informações e os valores que são transmitidos pelas tecnologias.A tecnologia deve ser usada para uma ação transformadora da sala de aula: o professor deve utilizá-la criticamente em situações criadas a partir da realidade do aluno, praticando novas propostas pedagógicas na construção do conhecimento, visando atuação crítica e reflexiva do aluno sobre a realidade.
Pensando a TV e o vídeo na construção do conhecimento
Sendo a sociedade contemporânea caracterizada pela multiplicidade de linguagens e pela forte influência dos meios, mediadores entre a realidade e as pessoas, não se justifica mais que a educação se limite a alfabetizar para o uso da palavra escrita, esquecendo-se da educação para a leitura da imagem, sendo que ambos são instrumentos de comunicação importantes. As linguagens do cinema, da TV e do vídeo são desdobramentos de formas de olhar e registrar, fazendo-se necessário uma leitura crítica desses meios de comunicação.
Para Belloni (2001), dentre as mídias, a televisão apresenta-se como uma presença constante e aparentemente gratificante para os jovens, o que confirma o seu importante papel como socializadora das novas gerações, constituindo-se num poderoso fator de reprodução social e num mecanismo eficaz de controle. A autora aponta a televisão como transmissora do saber acumulado e de informações sobre a atualidade, representações do mundo e regras de integração social. As crianças se apropriam e reelaboram essas significações “a partir de suas experiências e integram-se ao mundo vivido no decorrer de novas experiências” (p. 34). Destaca o vídeo como “a mídia mais freqüentada e que transformou a vida cotidiana de muitos povos e certamente o imaginário infanto-juvenil em escala planetária” (p. 18).
Diante deste amplo leque de novas configurações trazidas pela TV e pelo vídeo que se refletem na sala de aula, destaca-se o papel do professor, como aquele que deve introduzir, segundo Belloni (2001, p. 18) tanto “questões éticas (conteúdos e mensagens) quanto aspectos estéticos (imagens, linguagens, modos de percepção, pensamento e expressão)” realçando-se a necessidade de alfabetização tecnológica, neste caso, para uso específico de televisão e do vídeo. Percebemos, assim a necessidade de incluir a alfabetização tecnológica do professor na formação de professores e na formação continuada, sendo extensiva aos alunos e demais profissionais da educação. Em síntese, o professor é um elemento ativo na prática educativa, cuja dinâmica poderá integrar e interligar a escola à realidade dos alunos.
A realização da pesquisa
Devido a significância social dos cursos de formação de professores e a importância da introdução do vídeo/televisão na prática pedagógica dos professores para que os seus alunos, futuros professores, também sejam capazes de fazer o mesmo em suas salas de aula realizando uma prática pedagógica condizente com a sociedade moderna, escolheu-se o curso de História de três universidades públicas do Estado do Rio de Janeiro para o desenvolvimento desta pesquisa e que possuem licenciatura em História. Duas são federais e uma estadual e estão localizadas na área metropolitana do estado do Rio de Janeiro, a saber: Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense e Universidade Federal Rio de Janeiro (unidade de São Gonçalo).
O questionário foi aplicado aos alunos e as entrevistas a quatro professores de prática de ensino das universidades pesquisadas. Os 50 alunos escolhidos estão matriculados no curso de História no ano de 2004, e cursando as disciplinas pedagógicas. Teoricamente estariam em melhores condições para responder às questões da pesquisa, por possuir maior vivência com os recursos tecnológicos da televisão e do vídeo no desenvolvimento do seu curso do que os alunos dos períodos iniciais.
Revelações da pesquisa
Entre as principais conclusões podemos confirmar que há uma forte presença dos meios de comunicação, principalmente da televisão no cotidiano das pessoas. Este fato justifica que estas mídias sejam integradas ao processo pedagógico e também, porque são formadoras de sentidos, transmitindo valores, ideologias e representações das classes dominantes, através de conteúdos que precisam ser estudados e analisados. Assim, a História se apresenta como uma disciplina capaz de inserir no seu currículo a televisão e o vídeo trabalhados nesta perspectiva; e estes aspectos se fazem presentes nas falas dos alunos, conforme revelado nos dados analisados.
Para que as tecnologias possam ser integradas ao ambiente escolar, há necessidade de que o professor se sinta seguro, dominando aspectos técnicos, didáticos e pedagógicos da educação, fazendo uma apropriação crítica das mesmas, pois as tecnologias não são neutras, alteram a forma como pensamos, desenvolvem novas capacidades cognitivas e perceptivas. A análise dos dados indicou que habilitar o licenciando para o uso da televisão e do vídeo não faz parte do currículo de História (grade curricular), mas se faz presente, mesmo que de maneira dispersa, da prática dos professores de sala de aula. Constatou-se que os professores da graduação revelaram uma preocupação em desenvolver um uso crítico destas tecnologias, embora não seja um tema incluído no currículo de prática de ensino.
Do ponto de vista dos alunos da graduação, ou seja, como os licenciandos percebem o seu processo de alfabetização tecnológica em relação a estas duas mídias, constatou-se que quase todos os alunos participantes revelaram que se sentem relativamente seguros em relação a sua alfabetização tecnológica, pois na sua quase totalidade, farão uso da televisão e do vídeo em suas futuras práticas pedagógicas.
Os licenciados indicaram que não há necessidade de incluir uma disciplina obrigatória para ensinar o uso da televisão e do vídeo, mas recomenda-se uma disciplina específica e optativa que trabalhe com os professores a utilização dos diferentes recursos tecnológicos nas suas futuras aulas.
A pesquisa revelou que as mídias são utilizadas predominantemente como ferramentas, havendo necessidade de uma educação para as mídias, principalmente no que se refere ao uso de programas de televisão. A leitura crítica refere-se predominantemente aos filmes. Recomenda-se que a leitura ideológica de programas de televisão, noticiários, novelas e propagandas também deveriam ser incluídos nestas leituras críticas, assim como a compreensão dos objetivos em relação ao consumo e a maneira como a persuasão funciona nas mensagens publicitárias.
Na formação para a cidadania, estaria incluída a melhoria da qualificação dos alunos e dos professores como telespectadores capacitados para a leitura audiovisual. Na busca deste caminho, procurou-se, neste estudo, reflexões para que o uso pedagógico da televisão e do vídeo nos cursos de formação de professores pudesse contribuir para se repensar o ensino, principalmente o de História, tornando mais significativos para os alunos a aprendizagem de seus conteúdos. Conclui-se, então, que o professor é o intelectual transformador, conscietizador e crítico da sociedade e que a escola deve desenvolver a leitura ideológica propiciada pela TV como exercício para a construção da autonomia e da cidadania, como forma de neutralizar a conformidade, a esterilidade e a banalidade destes tempos pós-modernos.
Referências bibliográficas
BELONI, Maria Luiza. Tecnologia e formação de professores: Rumo a uma pedagogia pós-moderna? In: Revista Educação e Sociedade. Ano XIX/dezembro/1998, nº 65 CEDES, p. 143 162.
________________. O que é mídia-educação. Campinas, SP: Autores Associados, 2001.
SAMPAIO, Marisa Narciso; Leite, Lígia Silva. Alfabetização tecnológica do professor. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. STAHL, M. Formação de professores para uso das novas tecnologias de comunicação e informação. In: CANDAU, V.M. (Org). Magistério: construção cotidiana. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. p. 292-317
Maria de Fátima Caridade da SilvaMestre em Educação pela Universidade Católica de Petrópolis.

domingo, 12 de outubro de 2008

O 15 de outubro e suas transformações

O Dia do Professor foi festejado pela primeira vez em 15 de outubro de 1933, com missa e sessão cívica no Instituto de Educação do Rio de Janeiro. A iniciativa partiu da Associação dos Professores Católicos do Distrito Federal (APC-DF) e chamou-se Dia do Primeiro Mestre. A idéia veio do presidente da Associação, Everardo Backheuser, com objetivo de dar às pessoas ocasião para que demonstrassem sua gratidão ao seu primeiro professor ou professora.
Homenagem – Com o passar dos anos, a comemoração se difundiu e ganhou novos significados, sem que se perdesse seu sentido original de homenagem. E tornou-se também assunto de polêmicas na imprensa e de disputas políticas num Brasil cada vez mais urbano e industrializado.
Primeira lei – O dia 15 de outubro foi escolhido porque nessa data, em 1827, o imperador D. Pedro I assinou a primeira lei sobre ensino primário no país. O decreto imperial regulamentava a distribuição das unidades escolares, o salário dos mestres, a forma de ingresso no magistério e as disciplinas a serem ensinadas a meninos e meninas. No mesmo dia, foram designados os vigários para as paróquias existentes em todo o país, o que foi um marco importante também para a Igreja Católica.
Novos anseios – Cem anos depois, a educação brasileira passava por um grande questionamento, em que se contrapunham aqueles que defendiam a primazia da Igreja Católica na condução da tarefa de educar e os que queriam uma escola primária laica e universal, moderna e mais próxima dos ideais republicanos.
Reforma – Em 1927, o então Diretor Geral de Educação do Distrito Federal era o mineiro Fernando de Azevedo. Ele aproveitou as comemorações do centenário da primeira lei e as conseqüentes discussões sobre a importância da data para propor e dar início a uma grande reforma do sistema educacional do Rio de Janeiro, já nos moldes da educação nova. O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, de que Azevedo foi um dos formuladores e primeiro signatário, reforçou o movimento.
Difusão – Foi nesse contexto que, em 1933, a APC-DF conclamou a população e o magistério católico a homenagearem os velhos mestres em todo o país. No artigo Celebração e visibilidade: o Dia do Professor e diferentes imagens da profissão docente no Brasil (1933-63), publicado na Revista Brasileira de História da Educação (São Paulo, volume 8, dez., 2004), a professora e pesquisadora Paula Perin Vicentini, da Universidade de São Paulo (USP), relata que a idéia encontrou eco principalmente em São Paulo, onde o Centro de Cultura Intelectual promoveu uma série de atividades e ajudou a divulgar a iniciativa.
A padroeira – O mesmo fez a Liga do Professorado Católico de São Paulo, que já festejava em 15 de outubro a patrona da entidade – Santa Teresa D´Ávila. Proclamada “doutora da Igreja” em 1970, a santa já tinha sido designada como a “padroeira do magistério” em 1949. “Creio que a iniciativa de comemorar o Dia do Professor em 15 de outubro pode ser entendida como estratégia utilizada pelos educadores católicos para ampliar ou fortalecer sua influência junto aos professores, cuja importância na disseminação dos ideais católicos era bastante considerada”, disse Paula Vicentini ao PORTAL MULTIRIO.
Comissão – Ainda em São Paulo, foi criada, nos anos 40, uma comissão pró-oficialização do Dia do Professor. A esse movimento aderiram entidades de classe como o Sindicato do Ensino Primário e Secundário, a Associação dos Professores do Ensino Secundário e Normal Oficial do Estado de São Paulo (Apesnoesp) e a União Paulista de Educação (UPE).
Oficialização – A comissão conseguiu, em 1948, que o 15 de outubro fosse declarado feriado escolar estadual pelo governador Adhemar de Barros. A partir de então, a imprensa começou a noticiar as solenidades realizadas por diversas unidades escolares, ginásios e escolas normais. O Estado, por sua vez, deu maior ou menor ênfase à celebração nos anos seguintes, de acordo com a relação que se estabeleceu entre ela e as lutas da categoria por melhores salários, condições de trabalho e maior prestígio social.
Imprensa – Paula Vicentini considera que a cobertura da grande imprensa às comemorações do Dia do Professor, tanto em forma de noticiário quanto em comentários, contribuiu para a incorporação da data ao imaginário coletivo. Mas o engajamento e o enfoque dado a essa cobertura por cada veículo é revelador das relações entre o campo educacional e o jornalístico. Se, por um lado, havia o alinhamento de alguns jornais com as posições dos patrões ou do Estado, por outro as entidades de classe tinham também sua influência, e o professorado aparecia como um segmento potencial de leitores que era interessante atrair e manter.
Polêmica – No Rio de Janeiro, então Distrito Federal, o feriado do Dia do Professor, noticiado pela primeira vez em 1951, encontrou resistência por parte dos donos de escolas privadas. A polêmica se refletiu na imprensa. Enquanto O Globo questionava, na primeira página de 15/10/1951, que se tinha menos um dia de trabalho no calendário escolar – “estuda-se seis meses no Brasil e paga-se um ano inteiro” –, o Correio da Manhã criticava, em 1953, o não cumprimento da lei que decretava o feriado por parte das instituições privadas de ensino.
Sacerdócio – Vale notar que o jornal carioca Última Hora, em 1951, promoveu, por ocasião da data, a eleição do Patrono do Professorado Carioca, entre vultos importantes ligados à educação e já falecidos. Na disputa estavam nomes como Rui Barbosa, D. Pedro II, Abílio Cesar Borges, Ernani Cardoso e Benjamin Constant. Mas o vencedor foi o padre José de Anchieta. De acordo com Paula Vicentini, “a vitória de Anchieta evidencia o predomínio de uma concepção sacerdotal da docência, em que sacrifício, abnegação e dedicação se associavam na descrição de um mestre exemplar”.
Reivindicações – Nos anos 30 e 40, as comemorações do Dia do Professor quase sempre se limitavam a exaltar a abnegação e dedicação desses profissionais no cumprimento de sua “nobre missão”. Porém, a partir do final dos anos 50, sem perder seu lado afetivo de homenagem, o Dia do Professor ganhou também um caráter de protesto e reivindicação do magistério por melhores remunerações e condições de ensino. Em São Paulo, instaurou-se “entre o Estado e as associações docentes uma disputa para apropriar-se da comemoração e atribuir-lhe diferentes sentidos, tanto para o movimento docente quanto para a imagem social dos professores”, escreve a autora.
Jango x Lacerda – Na capital do país, a disputa maior continuava a ser com as escolas particulares. Em 1963, os diretores dessas instituições, apoiados por Flexa Ribeiro, secretário de Educação do governador Carlos Lacerda, ameaçaram obrigar os professores a trabalhar no 15 de outubro em represália às reivindicações salariais. Mas a estratégia foi neutralizada pelo decreto do presidente da República, João Goulart – opositor de Lacerda – transformando o Dia do Professor em feriado nacional da categoria.
Esvaziamento – A comemoração do 15 de outubro é, hoje, feita nas escolas, principalmente, nas de Educação Infantil e nas das primeiras séries do Ensino Fundamental. Para Vicentini, são necessários novos estudos para identificar os significados que permanecem associados a esse tipo de iniciativa e também os novos sentidos atribuídos a ela. Mas a pesquisadora percebe que a data tem sofrido “um processo de esvaziamento nas últimas décadas”, com poucas menções na imprensa e na mídia em geral.